A oclusão vascular é uma intervenção aplicada no treinamento que promove uma oclusão vascular parcial com o auxílio de um equipamento próprio para a técnica. A pressão parcial e a pressão total da musculatura a partir do mmHg (milímetros de mercúrio - unidade de medida convencional para medir pressão) utilizado geram uma isquemia na musculatura, que inibe o fluxo sanguíneo passante e aumenta a atividade metabólica do músculo.

Na prática, o método sugere realizar exercícios de hipertrofia (a famosa musculação) com câmaras pneumáticas de pressão controlada posicionadas junto às axilas e abaixo dos glúteos. Elas fazem o papel de "garrotes" que restringem o fluxo sanguíneo parcialmente para os braços e as pernas durante o exercício, reduzindo a oxigenação nos membros e criando um estresse metabólico por conta de substâncias produzidas com o exercício.

A oclusão vascular pode ser uma excelente estratégia de treinamento, não só para populações clínicas, mas também para atletas em diferentes fases da periodização, devido a possibilidade de treinar em cargas muito inferiores e ainda assim obter melhoras na força e nas respostas morfológicas.

Esta estratégia envolve a aplicação de um manguito inflável ou torniquete em torno de um membro (proximal para os músculos que estão sendo treinados), que limita a entrega de sangue para os músculos adjacentes. Os mecanismos fisiológicos que sustentam as respostas adaptativas ainda não são completamente conhecidos, entretanto algumas respostas adaptativas agudas e crônicas para o exercício de resistência com oclusão são  bem discutidos na literatura.

Para aplicação prática da oclusão vascular, geralmente, utiliza-se um manguito inflável com manômetro acoplado, que pode ser colocado na parte proximal do braço ou da coxa.

O equipamento funciona como um esfigmomanômetro que é utilizado para aferição da pressão arterial, porém com medidas adaptadas que possibilitam um maior conforto e mobilidade para a execução de exercícios.

A pressão utilizada durante os exercíciosdeve possibilitar a oclusão venosa total, mas não deve interferir no fluxo arterial ou este ser parcial. Eles são inflados seguindo um protocolo pré-determinado e colocados em posições precisas.

Durante o exercício podem desinflar, precisando de reajuste. Durante o intervalo entre as séries é comum a oclusão ser aliviada.

A sessão de treinamento padrão deve ter carga de 20 a 30% de 1RM e oclusão com valor de 50% da pressão arterial sistólica (PAS) para membros superiores e 75% da PAS para membros inferiores.

Este protocolo é o indicado pela própria certificação do método. Porém, alguns pesquisadores utilizam de 50 a 60% de 1RM e valores de até 200% da PAS para oclusão.

Geralmente, alternam-se os exercícios entre membros superiores e inferiores.

Podem ser seguidas as seguintes diretrizes e de preferência com o acompanhamento de um personal que estará constantemente monitorando os exercícios:

  • A oclusão deve acontecer na porção proximal dos membros superiores ou inferiores. Há um ponto preciso, onde o fluxo venoso é ocluído e não o arterial;
  • Podem-se utilizar garrotes, elásticos ou bolsas pneumáticas. Mas o ideal seria o manguito (bolsa pneumática) com manômetro acoplado;
  • A pressão pode variar entre 100 a 250 mmHG;
  • As cargas variam entre 20 a 50% de 1RM com ou sem falha muscular;
  • Pode ser realizado de 2 a 3 vezes na semana;
  • Podem ser realizados de 1 a 3 blocos por exercício;
  • Cada bloco pode durar 5 minutos e incluir de 2 a 4 séries, de 10 a 30 repetições, com 30 a 60 segundos de intervalo entre as séries com alivio da pressão;
  • Após a aplicação do bloco, deve-se liberar a oclusão par a reperfusão e recuperação mantendo 5 minutos de intervalo entre os blocos.

Pontos importantes para realizar o treinamento com segurança:

  1. O treinamento de oclusão não deve ser fornecido ou aconselhado quando se lida com pacientes hemodinamicamente instáveis.
  2. O treinamento de oclusão não é aconselhável para pacientes com trombose.
  3. Faça uma adaptação à capacidade física dos indivíduos e sua condição. Evite homeostase com o torniquete.
  4. As pessoas mais velhas, doentes acamados e pacientes no pós-operatório muitas vezes têm trombose venosa antes da formação então tome muito cuidado.
  5. Certifique-se de que a pressão arterial seja <160 /> 95 mmHg.
  6. Evite conduzir o treinamento de oclusão por um longo período de tempo (membros superiores: 10-15 minutos; membros inferiores: 15-20 minutos).
  7. Em princípio, nunca conduza treinamento quando o paciente estiver doente. Nunca continue realizando o treinamento quando um paciente se sentir mal durante o treinamento.
  8. Quando não tiver certeza sobre a condição médica de um paciente é aconselhável evitar o método.
A técnica exige o uso de um equipamento específico que possibilite regular a pressão o tempo todo, além de acompanhamento de profissionais qualificados e experientes. Mais: não pode ser feita por qualquer um. O profissional precisa ser especializado.

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