A força muscular é uma das mais importantes valências físicas e pode ser definida como o estado de ser forte, a capacidade de um músculo produzir tensão ativa ou a capacidade que certo grupo muscular consegue exercer contra uma determinada resistência ou um esforço máximo
A diminuição da força em idosos ocorre principalmente pela perda de massa muscular que é um fenômeno denominado sarcopenia. Define-se esse, como um decréscimo da capacidade neuromuscular que ocorre com o envelhecimento levando também a alterações no nível metabólico basal e da atividade muscular. Esta perda acontece em duas fases: uma mais lenta, entre 25 e 50 anos com decréscimo em torno de 10% e uma mais rápida, entre os 50 e 80 anos com decréscimo em torno de 40%
O envelhecer acarreta alterações sensórias importantes no organismo, ele acaba comprometendo a habilidade do sistema nervoso central em realizar o processamento dos sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos responsáveis pela manutenção do equilíbrio. O desequilíbrio é um dos principais fatores que limitam o idoso a realizar suas atividades funcionais corretamente. Entre 65 e 75 anos de idade, cerca de 30% dos idosos apresentam sintomas desta alteração sensorial e essa mesma porcentagem revela que pelo menos uma vez por ano ocorrem quedas nessa população, e quanto maior a idade maior será o risco
A força muscular, a potência e o equilíbrio como foi relatado, sofrem alterações importantes com o passar dos anos, o que vem a gerar incapacidades funcionais, diminuindo significativamente a qualidade de vida do idoso. Com isso uma das alternativas para maximizar estas variáveis é a utilização do Treinamento Funcional (TF).
O TF é um conceito, na qual é explorada a utilização do próprio corpo e de recursos que estimulem a propriocepção, a força e a resistência muscular bem como a flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio e o condicionamento cardiovascular. Neste conceito, são utilizados exercícios que se aproximam da atividade física ou diária do indivíduo. Os proponentes do Treinamento Funcional, principalmente os mais radicais, nas suas propostas metodológicas, enfatizam que o foco principal é treinar o movimento e não o músculo. Num primeiro momento, esta proposta parece não ter muito sentido uma vez que sempre que existe o movimento corporal, o mesmo é consequência da ação muscular – concêntrica, excêntrica ou isométrica.
O TF está fundamentado em duas diretrizes, que são: o respeito à individualidade biológica que é o primeiro passo para a prescrição de um programa de exercícios seguros e coerentes e ao princípio da especificidade do treinamento, na qual as adaptações que ocorrem no corpo humano, decorrente dos estímulos proporcionados pelo exercício, são específicas daquele determinado programa de treinamento.
A abordagem do paciente que será submetido ao TF deverá ser extremamente cautelosa, pois o indivíduo deverá interagir com as informações que irá receber. Para isso, o profisisonal utilizará a fala como voz de comando, a demonstração do movimento e o toque para que o paciente entenda o exercício e perceba a importância de se realizar corretamente.
Os exercícios usados no TF podem ser progredidos da seguinte forma: de baixa velocidade para alta; posturas estáticas para dinâmicas; de menor intensidade para maior intensidade; movimentos controlados e conscientes para movimentos inconscientes e sem controle; de olhos abertos para fechados; movimentos bilaterais para unilaterais; movimentos simples para complexos; exercícios que exigem pouca coordenação para exercícios complexos; movimentos estáveis para movimentos instáveis; movimentos em um plano para movimentos em vários planos
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