Introdução

    O Futsal ou Futebol de Salão tem um campo muito vasto de estudos, com varias formas de relações humanas e sociais. Todos os dias vemos em qualquer cidade uma pelada crianças nas ruas, adolescentes jogando pelas quadras da cidade, os adultos levarem os filhos para assistirem o papai jogar uma partida com os colegas de serviço, ou comentando nos bares sobre as jogadas fantásticas dos atletas consagrados, campeonatos escolares levando vários jovens as quadras, onde também são realizados campeonatos estaduais, brasileiros e mundiais de Futsal.

    É na infância que realizamos nossas escolhas pessoais, e é também neste período que mais sofremos a influencia da sociedade, desde os primeiros anos escolares já sofremos e fazemos comparação com grandes jogadores, se realizar uma pesquisa nas escolas sobre o que acriança desejaria ser quando crescer, e ainda mais se for menino, a grande maioria irá responder que quando crescer quer ser jogador de Futebol.

    Além de tudo, em casa a criança sofre a influencia dos pais, tio, avôs e amigos dos pais, para que joguem futebol, e depois que comecem a torcer pelo time do coração que este torce, mas como o contato direto da criança com o esporte é primeiramente na escola, e esta possui na sua grande maioria apenas com as quadras de Futsal, este vem a dar os seus primeiros chutes e fintas nas quadras escolares.

    Muitos dos grandes jogadores de futebol que hoje atuam em milionários clubes de futebol de campo foram revelados nas quadras. A grande maioria da mídia mostrava apenas campeonatos e jogos de futebol de campo, o Futsal não era um esporte tão divulgado, somente a partir de quando a seleção brasileira de Futsal conseguiu obter êxito com a conquista de vários títulos importantes como o Campeonato Mundial, criou-se uma nova visão sobre a modalidade. Isso tudo fez com que muitos jovens tivessem o sonho de se tornar um jogador de Futsal e realizar lindas jogadas como o Falcão (atualmente o melhor jogador de Futsal do Mundo).

    Em relação aos sistemas de jogo, que são de primordial importância na pratica de jogos coletivos, é inevitável saber jogar tanto mais sem a bola quanto com a posse dela. Por esse motivo, o jogo fica cada vez mais versátil e necessita de mais conhecimento por parte dos atletas, treinadores, dirigentes e por que não dos espectadores que também fazem parte do jogo.

    Não é necessário apenas jogar o Futsal, mais também é de suma importância conhecer a história e a evolução do esporte, já que é uma das modalidades mais praticadas em todo o país e no mundo, a tendência desta modalidade esportiva é que cada dia mais se expanda em todos os cantos do globo, tendo participantes de todos os sexos, classes e em todas as faixas etárias.

    O Futsal teve e tem uma grande importância na minha vida, foi através dele que tive parte da minha formação social como cidadão, aprendendo a relacionar-me com diferentes pessoas e vários tipos de situações diferentes como vitórias e derrotas.

    Por esse motivo, dentro das mais diferentes áreas de trabalho que existem na Educação Física, o Futsal tem um valor muito significativo para mim e pretendo buscar nela forma para exercer minha profissão.

Metodologia

    O presente trabalho é uma revisão literária de artigos publicados em livros como Futsal e a iniciação de Ricardo Lucena e de diversos autores que escreveram sobre o assunto Futsal ou pedagogias que podem ser implantadas nele. A pesquisa utilizou também o acesso à internet em sites como o da Confederação Brasileira de Futebol de Salão, e em outros também, procurando como palavra chave Futsal. A pesquisa resultou em autores como Fonseca e Saad.

    Parte da pesquisa foi feito em livros da biblioteca da faculdade AEMS, livros particulares e pesquisa na Internet, também foram utilizados, cadernos, canetas, lápis, computadores e impressoras.

    Outra parte da pesquisa se deu na observação da seleção da cidade de Três Lagoas/MS, nos jogos do Campeonato Estadual de Futsal 2012 e outros campeonatos no mesmo ano.

História do Futsal

    O Futsal como outras modalidades esportivas, possui versões sobre o seu surgimento. Uma das versões diz que o Futsal começou a ser jogado por volta de 1940 por freqüentadores da Associação Cristã de Moços, em São Paulo, porque existia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres para poderem jogar e então começaram a jogar suas "peladas" nas quadras de basquete e hóquei. Cinco, seis ou até sete jogadores em cada equipe, assim que se jogava no inicio,mas logo definiram o numero de cinco jogadores para cada equipe.

    Também temos a versão considerada como a mais provável, que relata que o Futsal foi inventado em 1934 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu no Uruguai, pelo professor Juan Carlos Ceriani que chamou este novo esporte de "INDOOR-OT-BAL". Destaca-se em São Paulo o nome de Habib Maphuz que muito trabalhou nos primórdios do Futebol de Salão no Brasil (CBFS, 2009).

1930 - Futsal jogado em quara de basquete em Montevidéu, no Uruguai

    O professor da ACM de São Paulo, Habib Maphuz no início dos anos cinqüenta participou da elaboração das normas para a prática de varias modalidades esportivas, sendo uma delas o futebol jogado em quadras, tudo isto no âmbito interno da ACM paulista, este mesmo salonista (atleta que pratica o Futsal) fundou a primeira liga de Futebol de Salão, a Liga de Futebol de Salão da Associação Crista de Moços, e logo após foi o primeiro presidente da Federação Paulista de Futebol de Salão e foi também colaborador de Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes a elaborar o primeiro livro de regras de Futebol de Salão editado no mundo m 1956 (CBFS, 2009).

    Como no começo não havia especificações alguma sobre o material que deveria ser utilizado para a confecção das bolas de Futsal, eram usados serragem, crina vegetal, ou de cortiça granulada, mas apresentavam um problema, elas saltavam muito e frequentemente saiam da área de jogo, a solução foi diminuir o tamanho da bola e aumentar seu peso, e por esse motivo o Futsal ficou conhecido como "O Esporte da Bola Pesada".

Evolução do esporte

    Como sabemos, as bolas eram de crina vegetal, cortiça granulada ou serragem e sofreram sucessivas modificações diminuindo seu tamanho e aumentando o seu peso. Daí a origem do esporte ser conhecido como "o esporte da bola pesada".

    No início, cada equipe era comporta por cinco, seis e até sete jogadores, mas depois foi fixado que a mesma teria de ser composta por apenas cinco atletas. Acredita-se que o esporte era muito violento, principalmente para os goleiros, por esse motivo a modalidade era restrita aos adultos e assim mesmo esporadicamente.

    Durante a década de 60 e 70 o Futsal conquistou o continente como um desporto ordenado e regulamentado. Tiveram início nessa época os primeiros campeonatos nacionais e Sul-Americanos.

    Nos anos 90 muitas coisas mudaram no mundo do futebol de salão. A prática foi fundida com o futebol de cinco (esporte reconhecido pela FIFA). A denominação do jogo passou a ser então Futsal, par identificar a fusão no contexto esportivo internacional (Ver ilustração 1).

Ilustração 1. Evolução do Futsal

Noções dos tipos de sistemas ofensivos

    Pelo fato de o Futsal ser um esporte que exige muita versatilidade dos jogadores é necessário dizer que o sistema se refere exclusivamente no posicionamento dos jogadores em quadra, portanto, sistema não é uma jogada ou manobra, nem tampouco padrão de ataque, as jogadas e as diferentes formas de atacar são aplicadas no sistema, ou seja, a partir de um bom posicionamento.

    A fim de organizar o jogo, alguém um ia pensou em organizar os jogadores de certa forma em quadra. O esforço para organizar gerou uma série de sistemas, mas citarei apenas os básicos: 2.2, 1.2.1, 2.1.1, 3.1, 4.0 e 1.2.2 ou 3.2, este ultimo conta com a utilização do goleiro fora da área de meta. Para visualizar os sistemas ofensivos ver figura 1.

Figura 1

    Esses sistemas são básicos primeiramente porque são clássicos, ou seja, resistiram ao tempo e segundo porque há tantos outros sistemas de Futsal. Em outras palavras, uma parte dos profissionais que trabalham com o Futsal continua inovando, criando diferentes posicionamentos para se jogar a modalidade.

    O sistema 2.2 e o 1.2.1 foram os primeiros a surgir na década de 50, na época o futebol de salão, os outros apareceram apenas depois na década de 90. Com o advento do Futsal e com as sucessivas alterações nas regras, surgiram sistemas onde o goleiro atua fora da área o tradicional é o 1.2.2, que alguns chamam de 1.4 e outros, 2.3 ou 2.1.2 (ANDRADE, 2007).

    O sistema 2.2 é o sistema pioneiro, surgiu na década de 1950 (Lucena, 1994), que se caracteriza pelo posicionamento de dois jogadores na meia quadra defensiva e de outros dois na meia quadra ofensiva. É um sistema bem simples e que exige pouca movimentação dos jogadores. Os dois de trás são responsáveis pela defesa enquanto os dois da frente pelo ataque (LUCENA, 1994; MUTTI, 1994).

    Ocorrem poucas trocas de posições, e consequentemente, de funções. É um sistema mais elástico em relação aos outros. Este sistema é mais utilizado em faixas etárias menores, devido ao baixo nível de complexidade e facilidade de execução. Mas equipes de alto nível também o utilizam em determinados momentos de um jogo.

    Já o sistema 1.2.1, o pivô centralizado na meia quadra ofensivo, uma linha com os dois alas e o fixo mais retraído, favorecendo aos atletas uma maior mobilidade, criatividade e desenvolvimento de suas características técnicas, dando uma movimentação maior no desenrolar da partida.

    O sistema 2.1.1 se joga em três linhas, um pivô adiantado saindo para a linha lateral, um ala no meio da quadra do lado oposto em que se encontra o pivô, e um fixo e outro ala mais atrás. Com essa formação é possível abrir a lateral da quadra para que a equipe possa realizar a infiltração.

    O sistema 3.1 é responsável pela nomenclatura das posições adotadas no Futsal. Além do goleiro temos o fixo, os alas (direito e esquerdo) e o pivô. É um sistema de movimentações bem mais complexas que o anterior. O pivô tenta "despistar" ou tomar a "frente" do seu marcador para receber a bola de seus companheiros na meia quadra ofensiva. Os alas e o fixo realizam movimentações para criarem espaços onde a bola possa ser lançada ao pivô, que joga de costas para o gol adversário e, por isso, tenta dominar e preparar a bola para seu companheiro ou, dependendo da situação, girar em cima de seu marcador para finalizar a gol. Esta movimentação realizada pelo fixo e pelos dois alas é denominada rodízio (ANDRADE, 2007).

    Com o rodízio uma equipe mantém a posse de bola ate o momento ideal de tocá-la ao pivô ou finalizar (LUCENA, 1994; MUTTI, 1994).

    O sistema 4.0 oi criado pelas equipes européias, principalmente as espanholas. É o sistema mais complexo que existe, porem se assemelha muito ao sistema 3.1. A diferença mais significativa é que o pivô também entra no rodízio (Lucena, 1994). Isto faz com que os jogadores se revezem no exercício das funções de acordo com a situação do jogo e de seu posicionamento na quadra. Sempre haverá um fixo, dois alas e um pivô, porem eles se alternam em virtude do rodízio.

    É um sistema onde as trocas de funções são tão constantes quanto as movimentações, criando e preenchendo os espaços vazios e, assim, dificultando a marcação da equipe adversária.

    Esse último sistema bem ofensivo é o 1.2.2 ou 3.2, originado pela mudança na regra que possibilitou a utilização do goleiro para a armação das jogadas. O posicionamento dos jogadores de linha é bem próximo do sistema 2.2. A mudança é que o goleiro deixa a ares e posiciona-se entre os dois defensores, sendo o ultimo homem. Os dois atacantes ocupam a meia quadra ofensiva e se cruzam à frente do goleiro adversário, atrapalhando sua visão.

    Os defensores também se posicionam na meia quadra ofensiva, logo após a linha divisória para receberem a bola e ainda terem a opção de passe para o goleiro. Defensores e atacante também trocam de posição para confundir a defesa adversária. Neste sistema o goleiro deve possuir boa técnica com os pés (SAAD, 2005).

    Com a ajuda dos sistemas de jogo fica bem mais fácil, com um bom tempo de treinamento, fica bem mais fácil jogar e ensinar o Futsal.

Noções dos tipos de sistemas defensivos

    Uma das várias definições de sistema, uma seria a disposição de partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre sim, e que formam uma estrutura organizada. Assim teríamos o conceito de que sistema é o posicionamento adequado dos jogadores de uma equipe na quadra de jogo. No caso do sistema defensivo seria o posicionamento dos atletas na quara no momento em que o time opositor tem a posse de bola.

    Na medida em que o Futsal se modernizou, se dinamizou, ficou mais fácil se dedicar a difícil tarefa demarcar. Porque como as regras em suas sucessivas alterações que sofreram implicaram, entre outras coisas, num jogo cada vez mais limpo e ofensivo. Ou seja, a regra obrigou as equipes a atacarem e, concomitantemente, obrigou os jogadores a aprender a marcar bem, de forma limpa, sem imprudências.

    Como posicionar a equipe de forma correta? Posicionar a equipe na quadra de forma organizada, inteligente, é necessário, primeiro conhecer as posições dos jogadores. No Futsal, há basicamente um goleiro, um fixo, dois alas e um pivô. Dependendo do sistema, devemos seguir o seguinte raciocínio: o goleiro defende a meta e, e com a exceção dos sistemas em que ele atua fora da área, onde deve ser posicionado na meia quadra defensiva junto a meta. O fixo deve ser posicionado na meia quadra de defesa. Se o sistema exigir, alem de este ser posicionado na defesa, ele deve estar no centro da quadra. Os alas devem ser posicionados nas laterais da quadra, seja na meia quadra de ataque ou de defesa. E o pivô deve ser posicionado na meia quadra de ataque.

    Quem marca tem o objetivo de impedir o êxito do adversário, mas como realizar esse difícil meta sem realizar muitas faltas? Ainda mais, sem ultrapassar o limite de seis faltas acumulativas que de acordo com a regra12 são punidas com tiros livres, a regra beneficia além do ataque o time que joga limpo. Como a regra também diz que não se pode gastar tempo, quer dizer, entrar em um jogo passivo, necessário atacar, logo é preciso marcar (SAAD, 2005).

    A única forma de se jogar uma partida sem fazer muitas faltas é ter um bom sistema defensivo, onde os atletas ao marcarem saibam muito bem o que irão fazer nas mais variadas situações de jogo. Com um treinamento especifico para marcação é possível que se consiga com êxito.

    Outro fator decisivo para o desenvolvimento da marcação foi o desenvolvimento da preparação física, não exceder o numero de faltas, e para resistir ao jogo de ataque, o jogo de defesa evoluiu. Pode-se dizer que hoje se marca mais, muito melhor, porque assim o jogo de Futsal exige.

    Os sistemas defensivos são constituídos pelos tipos de marcação (como se marca), e pelas linhas ou variações defensivas (onde se marca). Uma equipe pode marcar de forma individual, por zona ou de forma combinada (SAAD, 2005).

    A marcação individual consiste em cada marcador ter como referencia sempre um jogador adversário, acompanhando-o por onde este se movimentar. Pode também marcar individualmente com a troca demarcação, que é utilizada na maioria das vezes por equipes mais experientes, com mais tempo de prática, pois tem que haver uma maior verbalização entre os atletas, sem se esquecerem de acompanhar os opositores e além de tudo, não podem perder o controle da velocidade e do tempo de bola, quer dizer que é necessário mais tempo de treinamento.

    Ao marcar por zona, diferentemente da marcação individual, o defensor se preocupa apenas com o jogador que adentrar ao seu setor de marcação. A referencia continua sendo o jogador, só que agora não precisa mais acompanhá-lo, basta marca-lo num espaço previamente demarcado. É uma marcação utilizada quando a equipe adversária apresenta rápida e complexa movimentação, tem bons passadores, ótima técnica e condução de bola, um bom nível de treino ou quando o placar é desfavorável aos adversários. A marcação em zona deve ser muito bem treinada.

    A forma combinada ou mista é pouco utilizada, ela se resume no fato demarcar um ou outro jogador de forma individual e os demais por zona.

    Losango ou 3.1 é a marcação utilizada contra equipes que utilizam o sistema 3.1 ou 3.2. Os alas devem fazer o "balanço" como os laterais do futebol de campo, o pivô deve fechar o meio impedindo que a bola seja lançada ao pivô adversário. Se isto acontecer ele deve voltar a fazer "sanduíche" no adversário, juntamente com o fixo do seu time. O fixo, além de estar preocupado com o pivô adversário, precisa estar atento à cobertura dos outros jogadores, pois ele é o ultimo homem (SAAD, 2005).

    A marcação 2.2 ou Quadrado é utilizada contra equipes que jogam no sistema 2.2 ou 4.0. Os jogadores posicionados na Área 1 mantém suas posições e encostam nos adversários que "adentram" sua zona (SAAD, 2005).

    As linhas defensivas devem ser associadas a idéia de espaço. A linha 1 aperta-se o adversário logo na saída de bola, tentando recupera-la o mais rápido possível, para tanto se sufoca o adversário no campo de defesa, é difícil para o goleiro fazer a reposição de bola, o outro fecha o meio. É conhecida também devido a sua intensidade de marcação como marcação de pressão, como podemos ver na figura 2.

Figura 2

    A marcação de meia pressão ou linha 2, o goleiro já consegue com maior facilidade realizar a reposição de bola entretanto se "pisar na bola", quer dizer, domina-la, aproxima-se simultaneamente os jogadores e a equipe avança para a linha 1. Pode-se verificar este tipo de marcação na figura 3.

Figura 3

    A linha 3 é realizada no meio da quadra, com o objetivo de sair no contra-ataque, o adversário não sofre pressão na sua meia quadra defensiva, mas sofrerá na meia quadra de ataque (ver figura 4).

Figura 4

    Na linha 4, investe-se a marcação próximo a linha dos 10 metros, como na linha 3, o objetivo também é jogar no contra-ataque. O adversário terá muito espaço para ficar com a bola, entretanto se bem coordenada pode ser eficaz, primeiro pelo fato dos marcadores estarem mais próximos facilita a cobertura e segundo pelo fato de estar próximo a linha de fundo diminui o espaço para as bolas de espaço (ver figura 5).

Figura 5

    O objetivo dos sistemas defensivos é o de facilitar a aplicação de manobras defensivas, ou seja, definindo a linha e o tipo de marcação faltará "apenas" construir os conceitos da marcação inteligente – uma marcação que retorne que seja ativa, que induza o contra-ataque, que faça coberturas, que realize dobras, etc. O raciocínio que se deve ter ao aplicar um sistema de marcação é de coordenar a linha defensiva com o tipo demarcação adequada (SAAD, 2005).

Pontos positivos e negativos da marcação individual e da marcação em zona

    Como dito anteriormente, a marcação individual caracteriza-se pelo confronto direto entre dois jogadores, o chamado homem a homem (1x1). Os pontos positivos são os seguintes: diminui a opção de passe, forçando o erro adversário, maior desgaste físico dos adversários pela necessidade de maior movimentação m busca de espaços, dificulta o chute de longa distancia, reduzo tempo de posse de bola do adversário e diminui o tempo de reação do adversário para refletir sobre a jogada.

    Em conseqüência gera grande desgaste físico dos defensores, proporcional à movimentação dos atacantes, abre o meio da quadra, facilitando lançamentos, infiltrações e "bolas nas costas", há maiores possibilidades de vantagem numéricas ao adversário, na ocorrência de um drible, dificultando a recuperação e a cobertura.

    Já a marcação em zona que é identificada pelo posicionamento à meia quadra, ou melhor, nas Áreas 1 e 2 (Defesa e Intermediária), sempre atrás da linha da bola, pelas constantes trocas de marcações, e pela espera do erro adversário para roubar a bola e contra-ataque. Na maioria das vezes, estes contra - ataque são perigosos, pois pegam a defesa adversária desestruturada.

    Pontos positivos: facilita a cobertura e a recuperação no caso do drible, menor desgaste físico dos defensores, proporciona perigosos contra-ataques, impossibilita as "bolas nas costas" e fecha o meio da quadra. Pontos negativos: é que possibilita o chute de longa distancia, aumenta o tempo de posse de bola do adversário e encobre parcialmente a visão do goleiro.

Conclusão

    No término dessa pesquisa pode concluir que a o fato da história e a evolução do Futsal ter se modificado bastante o levou a um grande melhoramento. Tanto na parte de preparação física como também no planejamento e por fim de tudo que envolve o jogo.

    Além da pesquisa literária, foi utilizado também a pesquisa de campo durante os jogos do Campeonato Estadual de Futsal de Mato Grosso do Sul, que as equipes que se utilizaram do sistema de marcação em zona se saíram melhor do que os times utilizadores da marcação individual.

    A equipe campeã foi a seleção de Três Lagoas, que de acordo com cada equipe adversária mudava seu sistema de marcação em zona ou individual, em todos os jogos da competição. Na final do campeonato em determinado tempo da partida a equipe três-lagoense fez uso da marcação individual, e foi nesta hora que sofreu mais pressão, pois os atletas já estavam cansados com o decorrer da partida. Quando voltaram a marcar em zona foi quando em contra-ataques conseguiram marcar os gols da vitória.

    Por esse fato concluo minha pesquisa deixando claro que a meu ver a marcação que deve ser utilizada depende da equipe adversária, para que o time possa obter um maior êxito em seus jogos, tem que se treinar e adaptar aos diferentes tipos de marcação, seja ela individual em zona ou até misto.

Referências bibliográficas

  • ANDRADE José Roulien de, O jogo de futsal: técnico e tático na teoria e na prática, Gráfica Exponte, 2007.

  • Confederação Brasileira de Futebol de Salão; Livro de Regras 2009, História do Futsal, disponível em www.cbfs.com.br ultimo acesso em 15 de out de 2009.

  • FIFA; História do Futsal, disponível em http://pt.fifa.com ultimo acesso em 17 de out de 2009

  • FONSECA Gerard Mauricio, Treinamento para goleiros, Editora Sprint, 1998.

  • Futsal do Brasil.com; História do Futsal; disponível em www.futsaldobrasil.com.br ultimo acesso em 15 de out de 2009.

  • Futsal Treinamento em Alto Nível, Jogos Técnicos e Táticos, disponível em www.futsaltreinamento.com, ultimo acesso em 19 de out de 2009.

  • LUCENA Ricardo, Futsal e a Iniciação; Editora Sprint, 1994.

  • SANTANA, Wilton Carlos de. Contextualização Histórica do Futsal, disponível em www.pedagogiadofutsal.com.br, ultimo acesso em 12 de out de 2009.

  • MUTI Daniel, Futsal: da Iniciação ao Alto Nível; Phorte Editora, 1994.

  • Pro do Futsal, Treinamento para goleiros; disponível em www.profutsal.com.br, ultimo acesso em 17 out de 2009.

  • SAAD Michel, Movimentação Ofensiva e Defensiva; Visual Books, 2005.

  • Só Futsal.com, Habilidades do Futsal; disponível em www.sofutsal.com.br, ultimo acesso em 18 de out de 2009.


POR:
Jair Antonio de Souza Júnior


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