A flexibilidade é tida como um parâmetro fisiológico  que está diretamente ligado com a saúde e aptidão física e que se não treinada pode aumentar o risco de lesões,  diminuir o desempenho das atividades de básicas de vida diária (ABVD) e esportivas em indivíduos atletas e não atletas.

É válido ressaltar que, a promoção de maiores níveis de flexibilidade acontece a partir da implementação de exercícios de alongamento, que servirão como estímulos para o aumento da extensibilidade do músculo em questão, sendo mantidas por um determinado tempo, dependendo do tipo e do tempo de estímulo que lhe será ofertado.

Tomando como base que o estímulo dos receptores, neste caso, a ativação de fusos musculares e dos órgãos tendinosos de Golgi, tornarão os músculos sensíveis às alterações no comprimento, velocidade e tensão, facilitando assim, o ganho da mobilidade articular.

O fuso muscular é tido como principal órgão presente no músculo, tornando-se responsável pelo monitoramento da velocidade e da duração do alongamento, detectando assim, alterações no comprimento do mesmo e classificando-o em estático ou dinâmico.

De acordo com Sharley (1998):

Estático

Classificado como a manutenção de uma determinada faixa de alongamento, durante mais de cinco segundo, alcançada após lenta condução do músculo até o ponto especificado, ou seja, seria uma movimentação lenta e até o limite de desconforto, seguida da realização da manutenção da postura. Considerado o mais tradicional e seguro.

Dinâmico

Amplitude muscular aferida em movimento contínuo, isto é, são movimentos realizados com velocidade e forma ritmada, sendo mais específica e menos tradicional.

Já o órgão tendinoso de Golgi (OTG), está situado entre as fibras do tendão, sofrendo estímulos de altas tensões. Dessa forma, podemos classifica-lo como um mecanismo de proteção, que é responsável pela inibição da contração do músculo no qual ele se faz presente.

Segundo Dawson (2001), quando as fibras extrafusais se contraem, uma força diferente é aplicada sobre o órgão tendinoso de Golgi, que por sua vez, enviará uma mensagem para a medula espinal, resultando na inibição do músculo agonista e a contração do músculo antagonista.

Assim, o reflexo tendinoso de Golgi, irá aumentar a capacidade do músculo para realizar o estiramento e o reflexo do fuso previne o alongamento muscular. Lindo, não?

Lembrando que, a flexibilidade deve ser trabalhada de forma individualizada e de forma específica, pois está diretamente ligada a diversos fatores, como: Sexo
Idade, Patologias Existentes, Lesões Musculares, Herança Genética, Volume Muscular, Quantidade de Tecido Adiposo Presente, Tempo, Tipo de Treinamento

Como já disse no primeiro paragrafo, a flexibilidade é considerada um dos mais importantes componentes da aptidão física, principalmente para o público idoso. Um grau satisfatório de flexibilidade é fundamental para realização das atividades da vida diária, autonomia funcional e saúde geral do indivíduo idoso. Entre os fatores que deterioraram a flexibilidade, podemos enfatizar o processo de envelhecimento e o destreinamento

Comprometimentos da função motora provenientes do processo de envelhecimento afetam diretamente a qualidade de vida de pessoas mais velhas, diminuindo suas habilidades em tarefas simples, como caminhar, e tornando difícil a realização de atividades cotidianas

Portanto, estimular a prática de atividades que promovam a melhora da flexibilidade em idosos pode repercutir em benefícios para que desem-
penhem inúmeras tarefas motoras cotidianas, como vestir-se, banhar-se, manipular objetos em móveis e realizar jardinagem, havendo uma conotação vantajosa também para a autoestima.
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Segundo indicações do Colégio Americano de Medicina do Esporte a prática de exercícios físicos que envolvam combinações  de estímulos neuromotores, como treino de força e flexibiliade, é benéfica para idosos.

O Método Pilates (MP), entre os inúmeros métodos de treinamento, contempla essas indicações, além de melhorar o condicionamento físico geral e auxiliar noprocesso de reabilitação.

Os exercícios de Pilates podem ser realizados tanto no solo quanto com equipamento. No Método Pilates de Solo (MPS), também chamado Mat Pilates, a execução dos exercícios depende da força do próprio corpo para vencer a gravidade, sendo o peso corporal a resistência utilizada, podendo fazer uso de alguns acessórios que facilitem ou dificultem a execução dos movimentos. Seus princípios fundamentam-se na centralização (powerhouse), na concentração, no controle, na precisão, na respiração e na fluidez. Além disso, o Mat Pilates preconiza a melhoria das relações musculares agonista e antagonista, favorecendo o trabalho dos músculos estabilizadores, o controle motor e o alinhamento postural.

Durante os exercícios do método Pilates, os alongamentos são realizados de forma contínua, levando a uma maior flexibilidade condicionada a partir das estruturas das articulações, fazendo-se necessária a presença de um profissional capacitado durante todo o processo.

Os benefícios da flexibilidade adquirida a partir do método Pilates para o indivíduo praticante:

Prevenção de lesões e encurtamentos de um ou mais grupos musculares;
Restauração das amplitudes normais de movimento;
Restauração da mobilidade dos tecidos modelos adjacentes a articulação em questão;
Promover o relaxamento muscular e a sensação de bem-estar.

Dentre outros benefícios da prática regular do Mat PIlates destaca-se, na minha prática, a melhora da força, do equilíbrio, da flexibilidade (!!!), da estabilização lombar, dos sintomas de dor e do tempo de reação

Por ser uma atividade de baixo impacto e individualizada, é essencial que seja realizada com supervisão de qualidade. Não à toa é um método muito indicado para idosos ao atuar como prevenção e reabilitação de patologias.

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